Há cem anos...

29/05/2009 23:11

Acabei de ler num site esportivo que em 30 de maio de 1909 (há cem anos!), o Botafogo aplicava a maior goleada no futebol brasileiro até hoje em dia, 24 a 0 no extinto Mangueira, pelo campeonato carioca. Este fato está, inclusive, destacado na “Sala dos números” no Museu do Futebol, no Pacaembu, SP.

Até aí tudo bem, eu já sabia, como bom botafoguense que sou, mas a riqueza nos detalhes da matéria é que me chamou mais a atenção.

O zagueiro Dinorah, autor de um gol na goleada, teve uma passagem trágica em sua vida três meses e meio depois desse dia.

Em 15 de agosto de 1909 ele foi atingido na nuca por um tiro, em sua casa, disparado pelo escritor Euclydes da Cunha (autor de “Os Sertões). Dinorah era irmão do militar Dilermando Cândido, amante de Ana de Assis, mulher do escritor. Irritado com a traição, Euclydes invadiu a casa do rival, no bairro de Piedade (Zona Norte do Rio), e iniciou o tiroteio. E acabou morto por Dilermando, bem mais hábil com uma arma de fogo.

Mesmo com a bala alojada em seu corpo, Dinorah continuou jogando e foi campeão carioca pelo Botafogo em 1910, mas progressivamente, foi perdendo os movimentos, até ficar paraplégico. Anos depois, amargurado, cometeu suicídio ao se jogar nas águas do Rio Guaíba (Porto Alegre).

Futebol, literatura, arte enfim... a história se incumbe de ligar tudo, mesmo que por fatos tristes.

E para os familiares um recado: dois de nossos antepassados foram fundadores do Botafogo, Álvaro Werneck e Octávio Werneck. Em 12 de agosto de 1904 alguns meninos (entre 14 e 15 anos, dentre eles Flávio da Silva Ramos e Emmanuel Sodré) reuniram-se num velho casarão nas esquinas da Rua Humaitá com o Largo dos Leões e oficializaram a fundação do clube. Na primeira diretoria Álvaro foi tesoureiro e Octávio vice-presidente.

Por isso que tenho nas veias sangue alvinegro... tive a quem puxar...

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